Publicado em 08/07/2020 às 19h47 | 1113 visualizações | comentários | imprimir
No dia 13 de maio do ano de 2020, o projeto interdisciplinar Afro Nazira completou um quinquênio de existência. O criador, autor e coordenador do projeto, o professor de História, Afrânio Pereira de Oliveira, propôs esse projeto em 2015 com o título principal de Afro Nazira 2015, e como eixo temático: “A exploração escravista no Brasil e suas diversas facetas, desde o período colonial até a atualidade”.
A 1ª edição do projeto que foi realizado em três etapas.
A primeira etapa ocorreu no dia 13 de maio, mês em que comemora-se o fim da escravidão com a promulgação da lei áurea de 1888. A segunda etapa aconteceu com atividades de exposição de filmes alusivos ao tema, produções textuais, artigos de opinião e pesquisas direcionadas pelos docentes aos alunos. E na terceira e última etapa aconteceu no dia 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, com a culminância do projeto com um evento realizado na quadra poliesportiva da escola, com apresentação dos trabalhos realizados pelos estudantes.
O projeto teve a sua segunda edição no ano de 2016, e a terceira edição, em 2017. Na ocasião o professor Afrânio Pereira foi convidado a receber o prêmio “Gente que faz”, organizado pela Secretaria Municipal de Cultura e Comunicação para premiar os trabalhos e projetos de destaque para o município amazonense, em várias áreas: comércio, turismo, saúde, cultura, política e educação. A programação aconteceu no dia 15 de dezembro de 2017, no Grêmio Recreativo de Subtenentes e Sargentos de Tefé (GRESSTE). Durante a solenidade participaram grande parte da comunidade tefeense e convidados para a entrega das premiações.
Projeto é destaque na sociedade
O projeto interdisciplinar Afro Nazira tem ganhado uma amplitude ímpar em relação ao tema afro na cidade. O autor da iniciativa foi convidado para falar sobre as atividades desenvolvidas no projeto à Universidade do Estado do Amazonas (UEA), na mesa redonda intitulada “O ensino de História e cultura afro-brasileira em Tefé: Prática, limites e conquistas”, no evento “Diálogos interdisciplinares – Educação em Debate”, realizado no dia 19 de maio de 2017, no Centro de Estudos Superiores de Tefé.
O Afro Nazira agrega e favorece ainda outras disciplinas além da História, inclusive, com méritos reconhecidos no tema afro, e até premiativos, advindo da própria UEA, como um trabalho feito pelos acadêmicos pibidianos de Geografia sobre a Costa do Marfim, no ano de 2019. Isso mostra um desempenho altamente positivo junto aos estudantes e participantes do projeto, visto que, qualquer docente ou discente pode trabalhá-lo de acordo com sua criatividade na abordagem afro dentro de um eixo temático.
O docente Afrânio Pereira de Oliveira representou a Escola Estadual Nazira Litaiff Moriz, localizada no bairro de São João. “A escola está de parabéns pela iniciativa de tal projeto na área da educação”, afirma o professor. Isso mostra a relevância do conteúdo ensinado. A proposta serve de exemplo e norte para outros projetos, com a mesma estrutura, na questão afro, disseminadas nos dias de hoje, como se vê também em outras instituições escolares do município.
O projeto Afro Nazira e o caso George Floyd
O caso de George Floyd, morto por policiais brancos, é mais um triste caso que só aumenta mais ainda as estatísticas absurdas da ignorância preconceituosa e racial que ainda persiste na sociedade moderna.
“Num momento crucial em que o mundo enfrenta uma pandemia do novo coronavírus, tem também que, lamentavelmente, conviver em pleno século XXI com a arcaica ignorância e o truculento e descabido preconceito e racismo por pessoas insensíveis ao próximo e estúpidos de caráter”, sublinha o professor Afrânio Pereira.
A morte de George Floyd, no dia 25 de maio, em uma brutal prisão gravada em vídeo, provocou uma onda de protestos contra o racismo que atravessou fronteiras e desencadeou reformas policiais imediatas em vários estados do país norte americano (EUA), bem como a derrubada de monumentos associados a abusos em países como o Reino Unido e a Bélgica. Floyd se tornou um ícone súbito de um mundo instável, atacado pela brutal crise do corona vírus.
É nesse momento propício que vem à tona a temática tão abordada pelo projeto Afro Nazira, que o educador e historiador, Afrânio Pereira, há cinco anos já trabalhava de maneira eficientemente educadora com a comunidade da escola Nazira Litaiff.
“Entendendo que, sob o preconceito, e sem ouvir o outro, ficamos fechados a nós mesmos e a construção social do conhecimento não ocorrerá, e muito menos a noção sociológica e igualitária de raças. Assim, o propósito maior do projeto Afro Nazira é criar um ambiente de construção coletiva do conhecimento, com respeito pelo ser humano e pela opinião divergente, numa relação mais dialógica e fraterna”, enfatiza o professor Afrânio Pereira de Oliveira.
Instituição educacional: Escola Estadual Professora Nazira Litaiff Moriz.
*Devido ao horário avançado da programação na noite da entrega dos prêmios, nem todos os agraciados da noite foram premiados. No caso da escola Nazira, a instituição organizadora do evento ficou de enviar o troféu para a escola.
Texto: Augusto Gomes
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